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Você já ouviu falar de economia circular?

Trata-se de uma mudança de modelo econômico, voltado para a política industrial, como uma resposta que envolve fortemente a econômica, o social e o cultural, com o objetivo de diminuir o desperdício de recursos em risco de extinção, que promovem desigualdades sociais e danos ambientais.

Desde 2015, a Comissão Europeia vem procurando adotar medidas destinadas a promover e financiar este tipo de economia. Ações sobre esta matéria têm sido estimuladas por países como Japão, China, Estados Unidos, Itália, Alemanha, França, Reino Unido, Países Baixos e outros.

A Itália vem tratando deste assunto em suas diversas esferas políticas. Nesta semana, no Senado, será apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente (MATTM) e do Desenvolvimento Econômico (MISE), o documento de enquadramento e posicionamento estratégico para um modelo de economia circular para a Itália, com uma proposta de implementação de ações em cidades piloto, como Bari, Milão e Prato.

Para o Senador Fausto Longo, ítalo-brasileiro, eleito pelos cidadãos italianos residentes na América do Sul, membro da 10ª Comissão Indústria, Comércio e Turismo do senado italiano, “a importância deste documento, como base para um plano nacional, ressalta o desejo de mudança de paradigma necessária não só à sociedade italiana como também à global, envolvendo empresas e colocando os consumidores como protagonistas deste novo desafio; pela criação de instrumentos econômicos e fiscais que possam ser utilizados para o surgimento de um novo modelo econômico integrado de produção, de distribuição e de consumo mais eficiente e sustentável dos recursos materiais”.

Faz 7 anos, no Brasil, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – lei federal 12.305/10 – que deveria ter implementado em 2014 o fim dos lixões. Mais de 60% dos municípios ainda mantém aterros irregulares. A implementação foi prorrogada para 2018, ano de eleição no Brasil. Como comparação aos estágios e objetivos relacionados a este tema, enquanto no Brasil se fala limitadamente da PNRS, ainda não implementada, em outros países, comprometidos com a economia circular, os resíduos retornam à sua origem como matéria prima, num reaproveitamento que os mantém continuamente no ciclo produtivo.

O Senador Longo que, no Brasil, também foi chefe do Departamento de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), diz que “a experiência de sucesso da Itália na área da reciclagem, da logística reversa e da forma de consumo deve servir como um exemplo para o Brasil. Enquanto a quantidade de resíduos sólidos na Itália diminui anualmente, devido a incentivos e políticas coerentes, no Brasil esta quantidade só aumenta”. Nesta semana o Senador estará em Roma com o secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Maurício Brusadin, além do deputado italiano Fábio Porta. Eles acompanharão a missão organizada pelo “Movimento Cidades Inteligentes” e pela “Associação de Amizade Brasil-Itália”, com o objetivo de aquisição e compartilhamento de conhecimentos sobre a gestão de resíduos e saneamento no continente europeu.

 

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