O mundo inteiro tem visto o crescimento ameaçador de uma forma de poluição que avança em ritmo acelerado: a do lixo eletrônico. Alguns números da ONU mostram o tamanho desse problema. Em 2017, o volume desse lixo no planeta vai ser de quase 48 milhões de toneladas. É o equivalente a 130 prédios como o Empire State Building, de Nova York. E o Brasil aparece entre os países que mais geram lixo eletrônico. No continente americano, a gente só perde para os Estados Unidos.
Se carregássemos, com a gente, todos os eletroeletrônicos que usamos, a imagem seria absurda. E a paisagem ao redor? Das ruas, da cidade inteira? A maior parte dos aparelhos não sai de casa. Mas todos, cedo ou tarde, são descartados. Lidar de maneira adequada é um desafio que preocupa o mundo inteiro. A última estimativa é de 1,2 milhão de toneladas de lixo eletroeletrônico por ano no Brasil.
Parece muito, mas é pouco, no total de resíduos sólidos gerados no país, perto de 80 milhões de toneladas. Mas o crescimento desse lixo de luxo tem sido grande.
Segundo dados do Banco Mundial, o volume dele aumenta três vezes mais rápido do que o do lixo comum. Destaque para economias emergentes, como as dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), onde a ampliação das populações de classe média tem gerado uma procura explosiva por esses bens de consumo.
Além do volume crescente, o que complica a destinação correta, a reciclagem desse material, é a complexidade dele. Em cada aparelho, centenas de componentes, milhares de conexões, uma infinidade de materiais.
As placas de circuito integrado, cada vez mais presentes em tudo, contêm metais pesados e potencialmente poluidores, como chumbo, mercúrio, cádmio, níquel. Mas também metais valiosos como ouro, prata, cobre. O garimpo urbano, atrás desses elementos, é intenso.
E nem é preciso procurar muito. Onde existe lixo, existem materiais eletrônicos. Num local, as pessoas trabalham basicamente reunindo papelão e plástico. Mas encontra-se muito mais coisas. Inclusive na beira de um córrego, onde eles trabalham. Pode não parecer, mas um dos objetos é uma tela de TV já dessas modernas, fininhas. E olhando mais para lá, se encontra de tudo.
A retirada dos metais das placas não deve ser trabalho de fundo de quintal. E existem vídeos, na internet, ensinando a fazer isso com o uso de substâncias perigosas, como ácidos. O método, além de perigosíssimo, não dá resultado.
O reaproveitamento de certos materiais, principalmente metais, presentes nos resíduos eletrônicos não significa somente que eles vão deixar de degradar o meio ambiente em lixões. Na verdade, isso significa também uma redução na necessidade de se minerar esses elementos, retirá-los da natureza – o que também é uma agressão ao meio ambiente.
Para se ter uma ideia, em sete anos, só a extração de ouro e cobre no Brasil gerou, em sobras de mineração, o equivalente ao peso do Pão de Açúcar, calculado em 580 milhões de toneladas.
* A Inovar Ambiental faz a desmontagem e separação de partes específicas dos resíduos eletroeletrônicos e extrai diferentes elementos de cada componente que podem, posteriormente, gerar receita ao cliente e serem reaproveitadas em outros processos produtivos.